Foto de Fred E. Eardley fonte da imagem em: http://www.ymcanet.org/
Caminhar sempre traz uma satisfação, pois caminhar faz pensar, porém pensar nem sempre é satisfatório, raramente é. A satisfação por várias vezes incomoda. E o incomodar impulsiona a caminhar, talvez, o fato do pensar e não trazer satisfação seja ocasionado pelo tédio. Caminhar é entediante, sim, o fato de viver para pensar causa tédio, além disso, impulsiona a dor.
Esse pensar fragmentado deixava alienada a sensação de viver, por isso sempre ao chegar à casa alugada para dormir, pois dormir é o único motivo de se ter uma casa. Afinal, casar nem sempre é sinônimo de felicidade, porém sempre ao chegar à casa e deitar e sentir casar com o lençol e contradizer suas idéias na fronha, vulgo, travesseiro e perceber que o único e verdadeiro desejo do corpo recoberto por uma tênue camada de pele é descansar. Deixar ao lado o cansaço de viver. Em alguns momentos o cansar nem chegava a deitar isso quando chovia durante o caminho. Caminhar sob a chuva é quase um caminhar sob nuvens.
O caminho de casa: o medo, o receio. Desde a última conversa que não envolveu mais que duas orações com uma média de quatro a cinco palavras: “eu gosto de você” e resposta imediata “eu gosto muito de você, mas…” ela indagou “mas?” a estúpida resposta “medo”. O dialogo mais absurdo de duas almas – aos olhos de que não veem muito bem – com sentimentos recíprocos.
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