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Archive for the ‘Poesia’ Category

Por Igor Thomas Gehard

Há o Oceano

Há paz… sem plano

Como numa planície

Ah, se deveras existisse…

Larídios sobrevoando o cais

tocando cada um dos pontos vitais

Calmaria espantada…

As belas aves partem em retirada

Vem a chuva, vem…

Como vinda do além, ela vem

Com ela vem o sono

E as memórias jogadas no Oceano…

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Por Pedro Branco

 

chegou e passou.

e eu que pensava que seria muito diferente,
cheguei até a imaginar cenas,
dei importância a coisas mínimas,
treinei palavras que acabei não usando.
eu achei que fosse ser muito diferente.
todas as coisas chegam e passam.
pessoas chegaram e passaram,
coisas chegaram e passaram,
momentos chegaram e passaram,
e de tudo senti saudade,
muita saudade,
mas também a saudade chegou
e passou.
e eu que acho tudo tão diferente
porque talvez tenha sido.
é que ontem eu joguei vinho para trás
e hoje acordei com os calcanhares manchados.
*Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Audiovisual – FAC/UnB
Pesquisador, músico e montador de cinema e vídeo.

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Por Pedro Branco*

quis escrever um poema para vocês
porque era noite
e vi nossas pernas cruzadas umas sobre as outras,
nossos braços
e nossos olhos cruzados.
eu entendi um pouco mais da fisionomia de vocês
e tentei guardar algo para me lembrar depois,
e então, quis escrever um poema

mas não escrevi,
porque tive medo que alguém que não nos conhece

viesse achar que sabe bem quem vocês são
(ou foram, pra mim, naquela noite).

 

*Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Audiovisual – FAC/UnB
Pesquisador, músico e montador de cinema e vídeo.

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Por Pedro Branco*

pra lá da porta, a rua é de sonho
ela é dourada, e os carros são dourados
e eu saio para ver o céu, e não acredito no que vejo.

pela primeira vez em algum tempo, sou sincero comigo quando digo que
estou feliz apenas
por estar vivo.

ontem, quando a noite era escura,
e eu não via nada no céu,
havia cais nas minhas costas,
e mais atrás havia lago.
em algum lugar por perto,
havia também você.

eu perco a luz,
ou melhor, todos a perdemos,
porque ela vai embora.

ela sempre vai embora no fim do dia.

hoje, pra cá da porta,
eu sorri e chorei,
e meu estômago não parecia nada bem.
eu fiquei pensando
que você poderia ter vindo
hoje, de novo.

Pedro Branco é cineasta, design de áudio, consultor literário e poeta.

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*Por Aline Veingartner

Vi folhas dançando no chão nos últimos dias de inverno, folhas que sapateavam no coração em uma manhã fria de sol. Pedi que a dança nunca chegasse ao fim, prometi não desistir dos meus olhos que vêem tudo o que tenta se esconder entre as árvores e a rotina, prometi não desistir das mãos que nada querem deixar escapar, prometi não esboçar o último verso do poema para que o poema seja interminável, descobri a arte de pôr arte em tudo e não vou partir, não vou partir, a beleza me prende e a primavera me espera: eu me rendo às flores.

*Aline Veingartner (leitora do blog do sebinho) é paulistana e estudante de Letras. Escritora, teve seu primeiro livro publicado recentemente e trabalha com artesanato no ateliê O Canto das Artes. Seus textos estão em www.alineveingartner.com.br

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*Por Igor Thomas

Mansão: Trabalho com imagens do site sxc.hu utilizando photoshop, por Raphael Franck

O cessar, fim do mundo como o conhece

Término da centelha incandescente

Da vida vivida aos poucos se esquece

Medo! Confusão! Certeza evanescente

A morte que atrai, trai e distrai

Mostra o gosto da mais bela treva

Do desespero que sobre todos cai

Da curiosidade amaldiçoada de Eva

Com a face negra como um corvo

Afasta da luz que reluz e seduz

A consciência plena, amena o novo

Estado de elevação, e se deduz

A morte é apenas o início

Viver é apenas uma parte do ofício.

*Igor Thomas  consultor literário e estudande de Letras é um apreciador do lado sombrio da Literatura

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Por Antônio Carlos Queiroz, ACQ*

Emily - ousadia e subversão da linguagem;

Emily - ousadia e subversão da linguagem

Recentemente, ao tentar traduzir um poema de Emily Dickinson de 1862, percebi, na sua leitura vertical, que a peça se parece com um tapete ou uma toalha bordada. Além das rimas, algumas apenas visuais, saltaram aos olhos e aos ouvidos padrões gráficos e fonéticos ao longo do texto.

Três clusters repetem-se nas quatro linhas da primeira estrofe: “Bird, did, bit, ate”, “down, know, Angle, fellow” e “Walk, saw, Worm, raw”.

A segunda estrofe bisa a expressão “And then” na primeira e na terceira linha, e a palavra “Grass” da segunda linha rima com “pass”, da quarta..

Na terceira estrofe, destacam-se na mesma posição quatro verbos flexionados no particípio passado: “glanced, hurried, looked, stirred”. A expressão “rapid eyes” da primeira linha joga foneticamente com a expressão “like frightened” da terceira. De maneira imperfeita, a palavra “abroad” da segunda linha rima com o vocábulo “Head” da quarta linha. Mais próximos, entretanto, ficam as palavras “abroad” e “thought” (terceira linha). E é interessante notar as rimas visuais de “Beads” (terceira linha) com “Head” (quarta).

Jogos semelhantes ocorrem nas duas últimas estrofes. Por outro lado, chama a atenção esse tipo de jogo também na leitura horizontal do poema, como as consonâncias com “d” na primeira linha da segunda estrofe (he drank a Dew) ou com “p” na última linha do poema (Leap, plashless).

Os músicos diriam que há uma leitura contrapontística linha a linha do poema, e uma leitura vertical harmônica. É de se imaginar os efeitos sonoros desse poema se ele fosse explorado por um coral.

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Oi, meu nome é Nadia

Sei que tu, leitor, não tem absolutamente “nadia” a ver com isso

Mas se alguma Nadia já passou por sua vida

Não perderia por “Nadia”  a oportunidade de compartilhar este modesto poema

Que a propósito, não rima Nadia com “nadia”

Enfim…

Me despeço sem Nadia a declarar!

Anita Burgan faz parte da equipe do Sebinho e é detentora do recorde brasiliense de migração de sessões de livros dentro de uma loja, tendo movido e reorganizado 5 sessões inteiras em uma manhã só para “dar uma mudada no ambiente”.

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de Hugo Lacerda

Sol refletindo na água
cristalina
do lago,
gansos a nadar,
quando olho
relaxadamente.
Pedaço importante de verde
em meio a tanta seca,
deserto com simpático oásis.
Brisa matinal em campo
florido
a perder de vista.
Calor debaixo das cobertas
em manhã
terrivelmente fria.
café quentinho ao pé do fogão de lenha
aquecendo a cozinha,
temperando o papo
que de tão bom
poderia ser interminável.

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Texto por Laura Mota*

É impossível ficar indiferente à leitura do poema “Os ombros que suportam o mundo” de Carlos Drummond de Andrade. A “desmistificação do mundo” é um tema tão atual e óbvio e, ao mesmo tempo, tão despercebido pelas pessoas, percorre o poema prosaico do autor de linguagem simples.

A linguagem simples (e não simplista) do autor, porém, não impede a profundidade que só a poesia é capaz de nos levar, assumindo, muitas vezes, uma postura quixotesca na tentativa de re-mistificar o mundo.

Segue então minha humilde “leitura/paráfrase” do poema de Drummond:

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